A criatividade do holandês Arjen Anthony Lucassen se reservou por muito tempo ao estúdio. A complexidade de seus projetos, com muitos vocalistas convidados e passagens difíceis de reproduzir ao vivo, inviabilizavam uma turnê. Os fãs lamentavam, já que era excelente a resposta mundo afora aos trabalhos, especialmente do Ayreon, que sempre contou com muitos admiradores, incluindo aí músicos consagrados. Porém, a coisa mudou de figura com a criação do Star One. Direcionado a um Heavy Metal mais direto, possibilitou ao músico imaginar como ficaria em um palco. A dúvida era quem poderia acompanhá-lo nessa idéia.
Entre os instrumentistas, a coisa não foi tão difícil. Ed Warby sempre foi uma espécie de fiel escudeiro de Arjen, tornando-se escolha natural. Peter Vink é uma figura famosa na Holanda, graças a seu trabalho com o Q65, espécie de Beatles local. O novato Jost Van Den Broek completava o time. Aliás, foi ele quem se deu melhor na empreitada, pois foi o que lhe deu um emprego no After Forever posteriormente. Merecido, pois o rapaz toca uma barbaridade. Tudo resolvido nesse aspecto, chegava a hora de escolher as vozes. Aí a coisa devia ser bem criteriosa, já que era necessário preencher uma série de registros e timbres diferentes, substituindo quem gravou tudo nos discos.
Mas Lucassen se fez valer de sua competência e montou um timaço. Russel Allen desembarcou direto dos Estados Unidos e matou a responsabilidade no peito. Robert Soeterboek, com seu estilo mezzo Coverdale caiu como uma luva. As irmãs Floor e Irene Hansen ficaram responsáveis pelos backing vocals, além de algumas incursões como vozes principais. Fechando a escalação, o grande Damian Wilson, com seu talento absurdo. O que esse cara consegue, pegando músicas que não havia gravado e dando sua cara, é algo que beira o inacreditável. Ainda mais se pensarmos que ele fez isso com “Into the Black Hole”, música originalmente gravada por ninguém menos que Bruce Dickinson.
O setlist não se resumiu ao Star One. Sons do Ayreon também foram executados. Obviamente, os menos complexos, já que alguns são definitivamente impossíveis de serem adaptados a uma banda ao vivo. Fica até difícil apontar um destaque. Trata-se de uma obra para se apreciar em sua íntegra. Mas o final à capella em “The Eye of Ra”, com certeza vai fazer qualquer um respirar fundo e arregalar os olhos. Simplesmente um dos momentos mais sublimes que alguém pode ter a oportunidade de escutar. Aliás, sempre que todas as vozes entram em ação juntas o cenário ganha ar de magia. Sincronia perfeita. Coisa de quem tem talento muito acima da média.
Arjen Lucassen (guitars, vocals)
Russel Allen (vocals)
Damian Wilson (vocals)
Robert Soeterboek (vocals)
Floor Jansen (vocals)
Irene Jansen (vocals)
Peter Vink (bass)
Ed Warby (drums)
Joost Van Den Broek (keyboards)
Special Guest
Ewa Albering (flute)
CD 1
01. Lift Off
02. Set Your Controls
03. High Moon
04. Dreamtime
05. Eyes of Time
06. Songs of the Ocean
07. Dawn of a Million Souls
08. The Dream Sequencer
09. Into the Black Hole
10. Actual Fantasy
11. Valley of the Queens
CD 2
01. Isis and Osiris
02. Amazing Flight in Space
03. Intergalactic Space Crusaders
04. Castle Hall
05. The Eye of Ra
06. Starchild
07. The Two Gates
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